segunda-feira, 16 de abril de 2007

Nuri Bilge Ceylan


Nuri Bilge Ceylan nasceu em Istambul em 1959. Depois de se ter licenciado em Engenharia na Universidade do Bósforo (Istambul), estudou cinema durante dois anos na Universidade Mimar Sinan (Istambul).
Em 1995, com 36 anos, realizou o seu primeiro filme, Koza, uma curta-metragem que esteve em competição no Festival de Cannes. Em 1997 realizou a sua primeira longa-metragem, Kasaba, galardoada com o prémio Caligari no Festival de Cinema de Berlim em 1998, entre outros prémios, sobretudo internacionais. Também realizou Mayıs Sıkıntısı (Nuvens de Maio) que esteve em competição no Festival de Cinema de Berlim em 2000. Em 2003 o seu filme Uzak (Longínquo) ganhou o Grand Prix e o prémio de melhor actor em Cannes para Muzaffer Özdemir e Mehmet Emin Toprak. Mehmet Emin Toprak não viveu o tempo suficiente para receber esse prémio. Uzak ganhou vários outros prémios nacionais e internacionais.
Três anos depois de Uzak, Nuri Bilge Ceylan integrou novamente a selecção oficial de Cannes com İklimler (Climas), filme co-produzido por Fabienne Vonier. Desta vez, Ceylan aparece tanto atrás como à frente das câmaras, sendo o actor principal, juntamente com Ebru Ceylan (sua mulher na vida real) e Nazan Kesal, duas actrizes que já tinham participado em Uzak. Em Uzak abordou a questão laboral através da relação entre dois irmãos. Em İklimler estuda o relacionamento entre homens e mulheres. İklimler é a radiografia de um casal em crise. As mudanças meteorológicas reflectem a evolução dos laços que unem Isa à sua mulher Bahar.
O homem foi feito para ser feliz por razões simples e infeliz por razões ainda mais simples, tal como nasce por razões simples e morre por razões ainda mais simples... Isa e Bahar são dois solitários arrastados pelo seu clima interior sempre em mudança, em busca de uma felicidade que já não lhes pertence. Para além de vários prémios nacionais e internacionais, Iklimler foi galardoado em Cannes com o prémio FIPRESCI (Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica), em 2006.


Nuri Bilge Ceylan, sobre estar à frente e atrás das câmaras: "Se eu desejei tornar-me actor, não foi por o filme contar a história da minha própria vida, até porque, em nenhum momento é autobiográfico. É só porque quis tentar este exercício. Por vezes, existem coisas que sentimos que não conseguimos explicar aos outros actores... Eu já tinha desejado actuar em Uzak, mas na altura não tive a coragem suficiente. Desta vez, o facto de filmamos em formato digital HD permitiu-me ultrapassar um obstáculo: pode-se filmar mais, controlar mais com o monitor. Nas filmagens, eu às vezes tendia a exageros de actuação, porque não havia quem me dirigisse, mas filmamos muito, tínhamos material suficiente para retirar algum proveito disso."

Nuri Bilge Ceylan, sobre a temática do filme: "Este filme reflecte o meu ponto de vista sobre o relacionamento entre homens e mulheres. Não se reporta somente à sociedade Turca. Eu tenho tendência a focar os pequenos detalhes, porque eles muitas vezes têm grandes consequências. Por exemplo, quando um casal discute, muitas vezes violentamente como no filme, tentamos encontrar precisamente o que esteve na origem do conflito. Mas, muitas vezes, é algo que não podemos adivinhar, é um detalhe sem importância."

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