domingo, 31 de dezembro de 2006

O Festival do Sacrifício (Kurban Bayramı) começa hoje


O Festival do Sacrifício (Kurban Bayramı) é celebrado dois meses e dez dias depois do Festival do Ramadão ou Festival do Açúcar (Ramazan/Şeker Bayramı), constituindo o feriado nacional mais longo da Turquia.
Trata-se da celebração do sacrifício de Abraão ao seu filho Ismael. De acordo com a crença muçulmana sacrificam-se animais, essencialmente borregos, mas também carneiros, vitelas e vacas. Segundo a tradição islâmica, todos os devotos que tenham possibilidades económicas deverão comprar um desses animais. Nos últimos anos, os muçulmanos começaram a fazer doações para instituições de caridade em vez de sacrificarem animais. No entanto, ainda é um hábito muito comum na Turquia, que pode acontecer mesmo à porta de casa, embora só seja permitido fazê-lo em locais próprios para o efeito. Os donos dos animais sacrificam-nos de acordo com tradições muçulmanas e com a assistência de um talhante, principalmente durante a manhã do primeiro dia do Kurban Bayramı. Ainda de acordo com as tradições muçulmanas, um terço da carne deve ser cozinhada de imediato em casa do dono do animal, outro terço da carne deve ser distribuída pelos pobres, e o último terço deve ser distribuído pelos vizinhos e familiares.
O Kurban Bayramı este ano acontece nos dias 31 de Dezembro de 2006, e nos dias 1, 2 e 3 de Janeiro de 2007.
Nos últimos anos, os bayram foram perdendo o seu cariz religioso e passaram a ser mais uma oportunidade para férias. Isto significa que todo o tipo de meios de transporte e hotéis estão superlotados nesta altura, e são mais caros do que o habitual. No entanto, no seio das famílias mais conservadoras, os jovens continuam ainda a visitar os membros mais velhos da família, beijando-lhes a mão e levando-a à testa. Antigamente os mais velhos colocavam dinheiro dentro dos lenços, e davam às crianças que lhes beijavam as mãos. No entanto, no que diz respeito aos lenços, essa tradição está a desaparecer. Em algumas famílias, os membros da família encontram-se na casa do elemento mais velho, para celebrarem o bayram e almoçarem juntos. Lokum, chocolates, rebuçados, sarma, börek, entre outros, são oferecidos aos convidados nesses dias, para além do sempre presente chá turco.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

"A Vida Nova" de Orhan Pamuk


Até que ponto a leitura de um livro pode mudar uma vida? Este é o ponto de partida de "A Vida Nova", terceiro romance do escritor turco Orhan Pamuk agora editado em Portugal pela Presença. Realismo mágico, grotesco e ironia com a assinatura do Nobel de 2006. 

Ao percorrer o conjunto de entrevistas, biografias e artigos publicados na imprensa internacional sobre o mais recente Nobel da Literatura há um detalhe que se destaca, se repete, e que, no percurso criativo do mais famoso dos escritores turcos, representa muito mais do que curiosidade: a vista da janela da sua penthouse sobre Istambul. A cidade-ponte entre Oriente e Ocidente é a grande personagem e a metáfora do universo literário de Orhan Pamuk. Quem melhor resumiu essa janela e a sua simbologia foi Salman Rushdie. "A sala de trabalho do escritor Orhan Pamuk tem vista para o Bósforo, essa lendária faixa de água que, conforme o ponto de vista, separa ou une – ou talvez separe e una – os mundos da Europa e da Ásia. Não pode haver cenário mais apropriado para um escritor cujo trabalho faz praticamente o mesmo." Da janela de Pamuk avista-se o mar de Mármara e o Corno de Oiro, o Palácio Topkapı, o Bósforo e a tal ponte que aproxima as duas margens (Este e Oeste), exactamente como faz o escritor nos seus livros ao cruzar nas mesmas páginas as duas culturas. Foi dessa janela que ele sempre viu o mundo, num edifício, a que chamam "Apartamentos Pamuk", uma construção da família. Cada um dos seus cinco pisos era habitado por familiares do Nobel. Foi lá que ele cresceu; é lá que ainda vive e é com essa vista que escreve e escreveu cada um dos seus romances, onde se destacam "Cidadela Branca" (1985); "O Jardim da Memória" (1990); "A Vida Nova" (1994); "O Meu Nome é Vermelho" (2000) e "Neve" (2004). A estes títulos, acresce Istambul: Memórias e Cidade (2005) ainda sem edição em Português. 

Após editar em Portugal os dois primeiros títulos, a "Presença" segue a ordem cronológica da obra de Pamuk e acaba de publicar "A Vida Nova" (traduzido do Francês por Filipe Guerra), um romance sobre a perseguição do amor e da beleza e que é, simultaneamente, uma viagem pela Turquia tradicional e moderna, retrato grotesco e mágico de um país em transformação. Quando foi publicado, em 1994, "A Vida Nova" foi o maior "best-seller" de sempre naquele país (200 mil exemplares vendidos em poucos meses). Mas a popularidade de Orhan Pamuk só viria a ganhar uma dimensão internacional à altura muito tempo depois, em 2005, e não tanto graças à difusão da sua obra – traduzida em mais de 40 idiomas –, mas sobretudo devido a um "escândalo" político que o levou a tribunal acusado de insulto ao Estado turco. Na génese mediática provocada pela ira ultranacionalista estiveram declarações de Pamuk ao jornal suíço "Tages Anzeiger". Numa entrevista publicada a 6 de Fevereiro de 2005, acusou a Turquia do genocídio arménio durante a Primeira Guerra. "Trinta mil e um milhão de Arménios foram mortos nas suas terras e ninguém além de mim se atreve a falar disso,” disse então. A frase, mas sobretudo a palavra "genocídio”, valeu-lhe a acusação pelo Ministério Público "de ter depreciado notoriamente o espírito turco”, podendo incorrer numa pena de três anos de prisão. O nome de Orhan Pamuk saía do círculo fechado dos admiradores de literatura. Alvo de censura, “perseguido” num país que queria aderir à União Europeia e assinara a Convenção dos Direitos Humanos mas que aplicava uma lei contrária aos princípios internacionais –, como lembrava ainda Rushdie -, o escritor ganhou estatuto de personalidade internacional. Pamuk não foi condenado. O julgamento seria anulado numa altura em que o seu nome já constava da lista de favoritos a vencer o Nobel da Literatura. Não ganhou em 2005, ganharia em 2006. Falou-se de um prémio político com mensagem óbvia em tempo de tensão entre os dois lados do Bósforo, o rio de Pamuk. Mas não se ouviram vozes a questionar o mérito literário do autor de "A Vida Nova" que, no dia em que ganhava o Nobel, voltava a sublinhar a que é a sua grande marca criativa: "A imagem do Oriente e do Ocidente em choque é uma das ideias mais perigosas dos últimos tempos." Disse ainda que o seu trabalho era "o melhor exemplo de quanto pode ser frutífero o intercâmbio de culturas.° A introspecção de Osman Escritor político? Ele diz-se apenas escritor, apesar da política estar em todas as suas obras. Mesmo quando se limita a descrever a melancolia de Istambul – onde nasceu há 54 anos –, nas páginas de "A Vida Nova". Essa melancolia – ou "hüzün" em Turco – está nos percursos citadinos do protagonista, narrador introspectivo que outro escritor, o norte-americano John Updike, comparou a Proust. O caminho que Pamuk narra é o de um jovem universitário de 22 anos, Osman, a quem morreu o pai e que vive com a mãe, mulher solitária que mata serões em frente à televisão. Ele? Leu um livro e a partir dessa leitura mudou a vida. "Um dia li um livro e toda a minha vida mudou" São as primeiras palavras de "A Vida Nova". A editora transformou-as em "slogan" de campanha de promoção do romance e, em 1994, a frase correu as livrarias do país de Pamuk, o mesmo país que Osman percorreu após essa leitura obsessiva que mudou a sua visão do mundo. "O meu universo de outrora rodeava-me por todos os lados, em todas as ruas: as montras das familiares mercearias, as luzes ainda acesas na padaria da Praça da Estação de Erenköy, as caixas diante do lugar da fruta e dos legumes, as carroças, a pastelaria "A Vida", os camiões desengonçados, os toldos e as caras sombrias e cansadas. Mas uma parte do meu coração – a parte em que trazia o livro, como quem dissimula um pecado - já sentia apenas indiferença por todas estas sombras que tremelicavam nas luzes nocturnas. Queria fugir de todas estas ruas familiares, da melancolia das árvores molhadas pela chuva, das letras néon que se reflectiam nos charcos de água do asfalto e dos passeios, das luzes do talho e da mercearia. Soprou um vento ligeiro, caíram gotas de água das árvores, ouvi um estrondo e decidi que o livro era um mistério que me estava destinado." A perseguição e a história Osman lê e relê esse livro-mistério, transcreve-o, transforma-o na sua razão de vida e por ele abandona todas as suas rotinas, deixa a universidade, sai de casa. E não esquece a rapariga que viu um dia a ler esse livro e o levou a imitá-la na leitura. Ela chama-se Canan é estudante de arquitectura, namorada de Mehmet, o primeiro dos três a ler o conteúdo desse volume que tem o poder de mudar a existência de quem o decifra. O mesmo Mehmet que Osman julga ver morrer assassinado e que Canan irá procurar por toda a parte. O mesmo Mehmet que disse a Canan: "Disse Mehmet a Canan:"... nas terras descobertas à luz do livro, rondavam sem parar a morte, o amor e o terror, sob o aspecto de personagens desesperadas, de pistola à cinta, semelhantes a fantasmas." Osman ama Canan que ama Mehmet e quem ama chama ao amado "Anjo", assim, com maiúscula, ente mágico com uma carga quase sobrenatural atribuída por um livro que tem um poder de conversão que se assemelha ao religioso. Imperativo de mudança de vida, viagem interior paralela a uma outra, pelas estradas da Turquia, quase sempre de autocarro. É essa a janela a partir da qual Osman vê o mundo, as suas imagens, indo de cidade em cidade. Autocarros com um televisor "instalado por cima do assento do motorista", rodeados de naperons e a passar filmes americanos onde a cada beijo se faz silêncio em todos os bancos, "pouco importava o tipo de passageiros, podia tratar-se de camponeses carregados de cestas de ovos ou de funcionários com malas de executivo”. Osman segue sozinho ou ao lado de Canan, parceiros na busca dessa verdade, ladrões de vítimas de acidentes para sobreviver nessa caminhada. "Porque é que se pensa com palavras, mas se sofre por causa das imagens?", indagará. Perseguem o amor e os segredos que o livro encerra, seguindo sem destino predeterminado por um país em transformação num tempo que podem ser os anos 70 ou 80 do século XX. Numa cidade do interior – Güdül – alguém discursa contra a América e os Americanos. "Quais são as suas intenções? Insultar tudo o que é sagrado aos olhos da nossa cidade, desde há séculos profundamente arreigado – com as suas mesquitas, os seus mescid e as suas festas religiosas – à nossa religião e ao profeta, aos cheques e ao monumento de Atatürk! Não, recusamo-nos a beber vinho, não, jamais podereis obrigar-nos a engolir Coca-Cola!" E tudo com uma enorme ironia que vai temperando o que no início ameaça ser um livro apenas com os ingredientes do realismo mágico. Não é. Ao longo dos anos, os críticos foram-no comparando a Borges ou a Calvino. Pamuk é Pamuk. Escritor influenciado pela literatura europeia mas perfeitamente marcado pela cultura turca com todas as suas tradições mas tocado pela modernidade. Talvez seja mesmo esse o seu maior traço. Essa releitura actualizada da história a que pertence com a qual ganha uma dimensão universal." Atente-se nas palavras de Osman a Canan: "... Como muitos rapazes da minha idade sabem, o apelo da noite, que serve como substituto do desejo sexual não satisfeito, consiste em um tipo lançar-se pela rua escura na companhia de dois ou três malandros sem esperança, para soltar urros desesperados, para invectivar os transeuntes, em confeccionar bombas destinadas a fazer ir as pessoas pelos ares [...] em perorar a propósito da conspiração internacional que nos condena a levar esta vida miserável. E acho que o palavreado deste género tem o nome de história.” (A viagem de Osman é acima de tudo uma viagem no tempo numa descoberta pessoal. "O que é o tempo? Um acidente! O que é a vida? O tempo. O que é um acidente? Uma vida, uma vida nova!”. ”Estes pensamentos ocorrem-lhe no início dessa que se há-de revelar um longa jornada. Já próximo do fim dirá: "O que é a vida? Um lapso de tempo. O que é o tempo? Um acidente. O que é um acidente? Uma vida. Uma vida nova." (Fonte: Diário de Notícias)

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

"A Noiva" de Joana Vasconcelos está em Istambul



Foi inaugurada no passado dia 21 a 1.ª edição da Feira de Arte Contemporânea de Istambul. Até ao dia 24 de Dezembro, o Centro de Congressos e Exposições de Istambul, acolhe cerca de 180 artistas representados por 55 galerias provenientes de diferentes países, nomeadamente, Estados Unidos, França, Alemanha, Áustria, Bélgica e China. O grande objectivo dos promotores do evento é a introdução de Istambul no circuito das principais feiras internacionais de arte contemporânea e torná-lo numa plataforma de lançamento da nova geração de artistas turcos.
Por outro lado, o “Istanbul Modern”, primeiro museu da cidade dedicado à arte contemporânea, não está a ver correspondidas as suas expectativas iniciais no que concerne à captação de público. Teve de ajustar drasticamente as previsões de dois milhões de visitantes para um milhão, nos primeiros dois anos de funcionamento. Desde Dezembro de 2004 foram organizadas 16 exposições.
Actualmente está em exibição (até 2 de Fevereiro) a segunda exposição internacional da instituição: “Venice-Istanbul” que apresenta uma selecção de alguns dos trabalhos que integraram a 51.ª edição da Bienal de Veneza. A famosa obra “A Noiva”, um lustre colossal feito com tampões "OB", da portuguesa Joana Vasconcelos, integra a mostra.
A partir de Janeiro o museu contará com uma novo director: David Elliott, director fundador do Tokyo's Mori Art Museum, que já tornou públicas algumas estratégias para inverter o cenário, nomeadamente o alargamento do horário de abertura ao público.

(Fonte: Arte Capital)

sábado, 16 de dezembro de 2006

Mevlana e o Sufismo


Mevlana Celaleddin Rumi é um dos maiores líderes espirituais e génios poéticos da história humana, tendo sido o fundador da ordem sufi mevlevi, uma corrente espiritual mística do Islão.
Nasceu em Balkh, no Afeganistão, em 1207, no seio de uma família de teólogos letrados persas. O seu pai era um conceituado professor que foi galardoado com o título de Lorde dos Sábios. Para escapar à invasão mongol, Rumi e a sua família viajaram por diversos lugares, fixando-se por fim em Konya, na Anatólia central, onde sucedeu ao seu pai, em 1231, como professor de ciências religiosas.
Mevlana estudou exaustivamente todos os aspectos da Filosofia, e foi um leitor ávido das obras dos autores clássicos. Em 1244 conheceu um dervixe perturbador, Şemseddin Tebrizi (Shamsuddin de Tabriz). Tornaram-se amigos rapidamente, e passaram dias e semanas juntos em discussões filosóficas. O seu amor por Şemseddin e o sofrimento pela sua morte misteriosa, ganhou expressão na música, dança e na poesia lírica através da obra Divani Şamsi Tabrizi.
Hüsameddin Çelebi ajudou-o a continuar as suas especulações filosóficas, e inspirou-o a escrever a sua grandiosa obra: Mesnevi, uma colecção de 25 600 poemas com seis volumes.



Mevlana morreu a 17 de Dezembro de 1273 e foi sepultado em Konya, onde foi construído um mausoléu sobre o seu sarcófago. Desde então, aquela noite foi chamada Şeb-i Aruz (Noite da União).



O Pensamento de Mevlana

Mevlana foi um homem de amor e de afeição e influenciou o pensamento, literatura e todas as formas de expressão artística no mundo islâmico. O seu objectivo era a unificação com Deus. Segundo ele, Deus não tem lugar no universo, mas sim no coração. Assim sendo, o homem deve obedecer ao coração e não à razão.
"Vem, vem de novo, quem quer que sejas, o que quer que sejas, vem: pagão, venerador, cheio de pecados de idolatria, vem. Vem mesmo que tenhas quebrado a tua penitência centenas de vezes, a Nossa não é a porta para o desespero e para o sofrimento, vem".

A Ordem Mevlevi

A Ordem mevlevi é uma ordem islâmica mística fundada pelos seguidores e devotos de Mevlana depois da sua morte.
Mevlana, durante a sua vida, nunca foi líder de uma ordem nem fundou a ordem como tal e também não criou a irmandade. Foi, contudo, a sua aproximação mística que uniu um grupo de pessoas na busca de um caminho para o pensamento esclarecido, através de uma combinação única de filosofia e de amor místico.
A Ordem foi fundada gradualmente mediante os esforços do seu filho e do seu neto para manterem uma comunidade de seguidores, e pela adição de método e regras às suas ideias. Consiste numa síntese de amor espiritual, exaltado com uma combinação de música e dança, considerada como a base do êxtase espiritual e da devoção.
Durante séculos, os dervixes dançantes difundiram-se da Turquia até à Jugoslávia, e do Egipto à Índia, e hoje têm centros em mais de 75 cidades em todo o mundo.

Os Dervixes Dançantes: A Sema


A Sema, um rito de recitação conjunta praticado pelos Mevlevi, foi tradicionalmente executado na Semahane (Casa da Sema). Simboliza atingir vários níveis de união mística com Deus e de absoluta perfeição, através do fervor espiritual e do êxtase controlado. Segundo Mevlana, através da Sema, os dervixes podem estender a mão e tocar o "princípio".
A música da Sema é geralmente orquestrada pelo percussionista chefe. A percussão é feita com os kudum (pequenos tambores) e címbalos. A melodia é produzida pelo ney (flauta de palheta), pelos instrumentos de cordas e pela voz. As palavras e mesmo as sílabas da poesia estão interligadas com as notas musicais. "A música dervixe não pode ser escrita em notas. As notas não contêm a alma do dervixe".
Os passos do caminho da união com o divino são executados de acordo com regras rigorosas. Dentro de um círculo, o sheikh permanece no sheepskin. É a posição espiritual mais elevada, marcada por um tapete vermelho, que indica a direcção de Meca. Vermelho é a cor da união e do mundo visível. Existem 24 cores da união e do mundo manifestado. O posicionamento dos músicos é em frente do sheikh. Os dervixes dançantes posicionam-se à sua esquerda. Durante a actuação, os dervixes usam túnicas e saias compridas, que representam o seu refúgio. As saias são cobertas por um manto preto que representa o seu túmulo, e usam chapéus largos e cónicos feitos de pelo de camelo, representando a pedra tumular. Com a retirada do manto, no início da cerimónia, o dervixe renasce espiritualmente para a verdade.


Os dervixes dão voltas eternas e sem esforço. Giram, rodando em torno do seu próprio eixo e movendo-se também em órbita. A mão direita está virada para o céu para receber o perdão de Deus, que passa através do coração e é transmitido à terra com a mão esquerda que está voltada para baixo. Enquanto que um dos pés permanece firmemente no chão, o outro cruza-o e permite a propulsão giratória. O movimento de levantamento e queda do pé direito é mantido constante, através da repetição ritmada do nome de Deus: "Allah-Al-lah, Al-lah". A cerimónia pode ser analisada como um grande crescendo em três fases: aprendizagem de Deus, visionamento de Deus e união com Deus.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Festival sufi em Konya



Şeb-i Arûz (Noite da União) é a cerimónia comemorativa de Celaleddin Rumi (Mevlana), o grande místico e poeta sufi, e fundador da ordem Mevlevi. Trata-se de um dos maiores espectáculos do mundo, que lembra a morte de Rumi, em 1273, a sua partida da vida terrena e a sua união com o Divino.
Mais de um milhão de pessoas dirige-se todos os anos a Konya para o festival, que decorre entre 10 e 17 de Dezembro. No mausoléu de Mevlana irá realizar-se o cerimonial místico dos dervixes dançantes (mevlevi), em honra do grande professor e pensador.

sábado, 9 de dezembro de 2006

Orhan Pamuk discursou em Estocolmo

Orhan Pamuk, o autor turco vencedor do Prémio Nobel da Literatura deste ano, num discurso proferido na quinta-feira em Estocolmo, revelou como se tornou escritor, o que sente quando escreve, e como se sentiu ao viajar com uma mala que lhe foi entregue pelo seu pai, que morreu em 2002.
O discurso, que Orhan Pamuk intitulou "A Mala do Meu Pai", incluiu as palavras que o seu pai, Gündüz Pamuk, lhe disse antes de morrer: um dia Orhan Pamuk receberia o prémio Nobel. Pamuk concluiu o seu discurso dizendo: "Gostaria tanto que o meu pai estivesse aqui entre nós neste dia."

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Exposição de Arte de São Petersburgo em Ancara

Exposição de Arte de São Petersburgo em Ancara
Na galeria de arte de Altındağ, está patente uma exposição de 15 artistas da Academia de Artes de São Petersburgo, até ao dia 15 de Dezembro.
Os artistas russos com trabalhos expostos são: Afanasiv Gelich, Anatoly Maslov, Anna Gelich, Anasha Azorova, Federow Alexander, Irina Borisovskaya, Lidia Azarova, Natalia Ligostaeva, Olga Sergeeva, Valery Tabulinsky, Viktor Borisov, Viktor Tatarenko, Vladimir Gorokhov, Kozachek Liudmila e Yıldız Asangali.
O objectivo desta exposição é dar a conhecer aos Turcos a arte russa. Contudo, também tem uma vertente académica, com workshops para estudantes de arte e futuros pintores e, durante a segunda semana, exibições de um documentário sobre a arte de São Petersburgo.
O evento é patrocinado pela Embaixada da Rússia em Ancara, pela Junta de Freguesia de Altındağ, pelo Sindicato dos Artistas Russos e pela Galeria de Arte El Prado em Ancara.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Exposição: "As Mulheres Fazem a Paz”

Exposição:

A ceramista turco-cipriota Ayhatun Ateşin expõe 50 pares de sapatos femininos de cerâmica que representam diferentes linguagens, religiões e conceitos, todos colocados sobre o mapa de Lefkosa. A exposição, intitulada "As Mulheres Fazem a Paz", está a decorrer em Istambul, na galeria de arte Ilayda até ao final de Novembro, e pode ser visitada todos os dias, excepto aos Domingos, entre as 10 e as 19 horas.

Ilayda Sanat Galerisi - Hüsrev Gerede Caddesi, 29 - Teşvikiye, Istambul

4.º Festival Internacional de Cinema para Crianças

4.º Festival Internacional de Cinema para Crianças
Está a decorrer o 4.º Festival International de Cinema para Crianças em Istambul, até ao dia 30 de Novembro, com mais de uma centena de filmes de 30 países.
A primeira parte das actividades do festival incluiu workshops, onde as crianças puderam conhecer as surpresas atrás das câmaras nos dias 15 e 16 de Novembro. A segunda parte é composta por visionamento de filmes.
Mais de uma centena de filmes, vistos e aprovados por pedagogos, estão classificados para as faixas etárias 2+, 5+, 9+ e 16+.

Feira de Artes em Ancara

Feira de Artes em AncaraEstá a decorrer em Ancara, no Centro Cultural Atatürk (Atatürk Kültür Merkezi), uma feira de artes que pode ser visitada até ao dia 26 de Novembro durante todos os dias das 11 às 20 horas.
As exibições incluem joalharia, mobiliário, relógios antigos, antiguidades, arte do vidro, arte decorativa, tapetes artesanais, artesanato, arte moderna, feira de arte de novos talentos, arte contemporânea, etc...
A feira também inclui conversas com os artistas, conferências, filmes com a arte como pano de fundo, concertos, expressões artísticas ao vivo e outros eventos similares.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Festival de Rock de Izmir

Festival de Rock de Izmir
O primeiro Festival de Rock de Izmir vai decorrer de 15 a 18 de Novembro. Vão estar em palco cantores turcos famosos, tais como Duman, Mor ve Ötesi, Kıraç e Şebnem Ferah, assim como novos talentos e disc jockeys.

Aqui fica uma música de Kıraç:



domingo, 12 de novembro de 2006

Festival de Jazz de Ancara

Festival de Jazz de AncaraO Festival de Jazz de Ancara, que vai decorrer entre 13 e 25 de Novembro, tem um programa especialmente rico, em homenagem ao 50.º aniversário da universidade ÖDTU, ao 40.º aniversário da universidade Hacettepe e ao 10.º aniversário dos “Dias do Jazz” da ÖDTU.
O festival é organizado pela Associação de Jazz de Ancara e o tema é "Cantando Jazz".
O concerto de abertura do festival deste ano, que tem uma grande componente vocal, estará a cargo da Orquestra "Eagles of Jazz"
com o seu novo repertório, acompanhada por Nükhet Ruacan, Neşet Ruacan e Durul Gence.
As outras estrelas do festival, incluem os famosos artistas franceses JP Gallis & Apopsis 7 acompanhados por Sibel Köse (16 de Novembro), a vocalista alemã Esther Keiser e o seu Trio (17 de Novembro), o Quarteto Tuna Ötenel (18 de Novembro), Önder Focan e a vocalista alemã Fleurine (20 de Novembro), the Charlie Haden Liberation Music Orchestra com Carla Bley (22 de Novembro), Şefika Kutluer e Claude Bolling Trio (23 de Novembro), Antonello Salis e o Duo Michele Rabbia (24 de Novembro) e a cantora brasileira Lica Cecato (25 de Novembro).

Para mais informações: Ankara Caz Derneği (Associação de Jazz de Ancara) - Nenehatun Caddesi, 72/5 Gaziosmanpaşa, Ankara

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Aniversário da morte de Atatürk

Aniversário da morte de Atatürk
No dia 10 de Novembro vão realizar-se cerimónias um pouco por toda a parte na Turquia, na passagem dos 68 anos da morte de Mustafa Kemal Atatürk, o fundador da república da Turquia. Como em todos os anos, à hora exacta da sua morte, às 9.05 horas, carros, barcos e fábricas vão buzinar e ligar as sirenes, e os peões vão parar durante um minuto como sinal de respeito.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Exposição de fotografias de Aydın Çukurova

Exposição de fotografias de Aydın Çukurova
Uma exposição de fotografias intitulada “Viver Lícia” (Yaşayan Lykia) do artista Aydın Çukurova, está patente no Museu das Civilizações da Anatólia, em Ancara, entre 1 e 15 de Novembro.

Corvos em Antália

Corvos em Antália

O grupo português "Corvos" vai dar três espectáculos em Antália nos dias 8, 9 e 10 de Novembro.

domingo, 29 de outubro de 2006

Hoje celebra-se a implantação da república na Turquia

Hoje celebra-se a implantação da república na Turquia
Hoje celebram-se os 83 anos da implantação da República na Turquia. Como tal, um pouco por toda a Turquia estão a decorrer celebrações.
Mustafa Kemal Atatürk foi o líder que desencadeou todo o processo que levou à criação da República da Turquia em 29 de Outubro de 1923.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

5.º Festival Internacional de Comédias de Istambul

5.º Festival Internacional de Comédias de Istambul

O 5.º Festival Internacional de Comédias, organizado pela Fundação TURSAK e patrocinado pelo cartão Bonus, terá lugar entre 27 de Outubro e 2 de Novembro.
Serão exibidos filmes de realizadores brilhantes como Michel Michel Leclerc, Manuel Gomez Pereira, Robert Young, Jusiane Balasko, Jean Marie Poire, Martin Koolhaven, Grigoris Karantinakis, Patrice Leconte e Pedro Almodovar com o filme que irá abrir o festival, vencedor de melhor argumento e melhor actriz em Cannes, "Volver".
O festival é composto pelas seguintes secções: Concurso das Comédias Mais Sérias, Comédias Francesas, Comédias Europeias, Comédias Americanas Independentes, Comédias de Bollywood, Em Memória de Kemal Sunal e Encontro Especial com Charlie Chaplin. Os filmes serão exibidos no Cinebonus Maçka G-Mall, Sala de Cinema Beyoğlu Alkazar e no Centro Cultural Francês em Taksim.
Quem apresentar o cartão Bonus terá um desconto de 50%. As exibições no Centro Cultural Francês são gratuitas.

sábado, 21 de outubro de 2006

Vem aí o Şeker Bayramı

Vem aí o Şeker Bayramı

Amanhã termina o Ramadão e é também o Arefe (dia anterior a uma celebração religiosa), o dia de preparação para o Şeker Bayramı (Festival do Açúcar), também chamado de Ramazan Bayramı (Festival do Ramadão).
Estas festividades marcam o fim do Ramadão, e consequentemente do jejum a ele associado.
O Şeker Bayramı é simbolizado por rebuçados e bombons de vários tipos, que passaram a ocupar o lugar de honra de todos os supermercados e lojas da especialidade desde há cerca de duas semanas.
Estas festas prolongam-se durante três dias, com início na segunda-feira dia 23 até ao dia 25. São três dias de feriado nacional na Turquia, aproveitados por muita gente para rumarem principalmente ao sul e oeste do país, onde ainda se pode desfrutar da praia apesar de estarmos em Outubro. Mas, tradicionalmente, este festival marca o reencontro das famílias, que se visitam umas às outras. É também o momento em que quem está longe de casa pelas mais variadas razões, regressa para celebrar estes dias. São também comuns as visitas aos cemitérios durante o festival. Os membros mais jovens de cada família visitam os mais velhos e beijam-lhes a mão. Este é, aliás, um tipo de cumprimento usado sempre pelos mais novos relativamente aos mais velhos, mas neste período digamos que abrange também uma faixa etária não tão avançada. As crianças batem às portas para receberem bombons e rebuçados, e recebem dinheiro dos familiares e amigos. As casas devem portanto estar abastecidas de rebuçados e bombons, também para os "convidados" que podem surgir, porque, se no primeiro dia do bayram os mais jovens visitam os mais velhos, nos dois dias que se seguem as visitas alargam-se a todos. Outro elemento indispensável em todas as casas nestes dias festivos, é a água de colónia. É um símbolo de boas vindas colocar água de colónia nas mãos de alguém. Este é também um acto típico nos outros dias, mas em celebrações é praticamente obrigatório.
É costume comer-se durante o festival, para além dos rebuçados e chocolates, vários tipos de doces tradicionais turcos, nomeadamente baklava e şekerpare.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Hoje celebra-se o Kadir Sagrado

Hoje celebra-se o Kadir Sagrado
Os Turcos têm uma forma muito particular de seguir o Islão. Um grande número de Turcos muçulmanos prefere apreciar uma boa bebida alcoólica, fumar cigarros e aproveitar ao máximo as "coisas boas da vida", em vez de se preocupar em não fazer essas coisas durante as festividades religiosas como o Ramazan (Ramadão) ou o Kandil. Existem também minorias religiosas na Turquia, e também os alevitas, que seguem outro calendário religioso e/ou adoptam práticas religiosas distintas.
Os festivais das mesquitas são chamados kandil, que significa vela em Português. Este nome advém de todas as mesquitas estarem iluminadas nessas noites.
A noite sagrada Kadir, que significa a primeira aparição do alcorão ao profeta Maomé, celebra-se hoje, quinta-feira, 19 de Outubro.
Durante o Império Otomano, o sultão Selim II acendeu velas nos minaretes das mesquitas para anunciar essas noites sagradas à população, uma vez que o calendário islâmico é lunar e as datas dos kandil mudam todos os anos.

Mevlid kandili - O nascimento do profeta Maomé (9 de Abril de 2006)
Regaip kandili – O início da gravidez da mãe do profeta Maomé (27 de Julho de 2006)
Miraç kandili – A ascenção do profeta Maomé ao céu (20 de Agosto de 2006)
Berat kandili – O perdão dos pecados (7 de Setembro de 2006)
Kadir gecesi – A primeira aparição do alcorão ao profeta Maomé (19 de Outubro de 2006)

Nestas noites, os muçulmanos normalmente rezam e cantam o mevlit, um poema escrito para celebrar o nascimento do profeta Maomé.
Antigamente, nos dias kandil, os elementos jovens da família visitavam os mais velhos, tradição que foi substituída em parte pelas chamadas telefónicas.
Nestes dias, a maior parte das pastelarias vende kandil simidi (roscas do kandil). É também tradição a confecção de helva (sobremesa turca feita com sêmola de trigo ou farinha) ou lokma tatlısı (bolinhos fritos e cobertos com calda de açúcar).

Encontra aqui estas e muitas outras receitas da cozinha tradicional turca e aqui mais informações sobre o kandil.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

O Ramadão

O Ramadão
O mês sagrado do Ramadão é celebrado no nono mês do calendário islâmico ou hegírico. É um calendário lunar, composto por 12 meses de 29 ou 30 dias, com um total de cerca de 354 dias. A contagem do tempo neste calendário começa com a Hégira ou a fuga de Maomé de Meca para Medina em 16 de Julho de 622. O mês começa quando o crescente lunar aparece pela primeira vez após o pôr-do-sol. Tem cerca de 11 dias a menos que o calendário solar, e os meses islâmicos retrocedem todos os anos, o que faz com que os feriados muçulmanos circulem por todas as estações do ano.
No nono mês, o mês sagrado do Ramadão (Ramazan), que este ano começou no dia 24 de Setembro, os muçulmanos fazem um jejum (oruç) de 30 dias (às vezes 29 dias, se o crescente lunar aparecer mais cedo).
Segundo o Alcorão, o oruç é um dos cinco pilares (deveres) do Islão e é obrigatório para grande parte dos muçulmanos, com excepção dos dementes, doentes, quem estiver em viagem, mulheres durante a menstruação, grávidas ou mães que estejam a amamentar. Estas pessoas podem completar o número estabelecido de dias de jejum em outros dias do ano. Quem não puder praticar o jejum deverá doar alimentos a uma pessoa carenciada.
Jejuar significa parar de comer e beber desde o amanhecer até ao pôr-do-sol. Para além da não ingestão de qualquer líquido ou alimento, também não se deverá fumar ou ter relações sexuais durante esse período.
Está disponível no mercado uma espécie de pastilha que parece manter o organismo "alimentado" durante o período do jejum. Peritos turcos em Teologia, não se opõem à sua utilização.
O sahur é a refeição das primeiras horas da manhã ou a refeição do pré-jejum. É a refeição ingerida antes do sol nascer.

O Ramadão
Os Ramazan davulcusu (tocadores de tambor do Ramadão), andam pelas ruas com grandes tambores a acordar os fiéis para o sahur. Tocam uma variedade de ritmos, e às vezes também cantam a mani, um tipo de canção com rimas. Tentam manter uma tradição antiga do tempo em que não existiam despertadores, embora causem alguns protestos devido ao barulho e consequente perturbação daqueles que querem dormir.
Também para avisar o início do sahur e do iftar, ouve-se o som de canhões em alguns pontos.
Antes e durante o bayram (o festival logo após o Ramadão), os tocadores de tambor de cada região batem à porta para pedirem dinheiro.
O jejum é quebrado todos os dias com uma refeição conhecida como iftar, que tem lugar logo após o pôr-do-sol, ao mesmo tempo da “chamada para a oração do anoitecer”.

O Ramadão
Antes da hora do iftar vêem-se muitas ramazan pidesi (um pão delicioso típico do Ramadão) quentes à venda. Próximo da hora do iftar, o movimento aumenta em direcção a casa e também nos restaurantes, onde existem filas de pessoas e menus específicos para o iftar. É comum verem-se pessoas sentadas nas mesas dos restaurantes à espera de ouvirem a “chamada para a oração do anoitecer” que também anuncia o fim do jejum e o início do iftar. Também existem tendas montadas nas ruas pelas câmaras municipais, onde é servido gratuitamente o iftar às pessoas mais necessitadas, e onde as filas se começam a formar algum tempo antes do pôr-do-sol.

O Ramadão
O iftar começa normalmente com tâmaras, bebidas doces, alimentos típicos do pequeno-almoço turco (queijo, azeitonas, pão, tomate, pepino...) e sopa, seguidos do jantar tradicional.
Os convites para o iftar são muito comuns durante o Ramadão, podendo surgir convites para um iftar de familiares, amigos e vizinhos.
Em alguns locais, especialmente centros comerciais e ruas e praças centrais, são organizados pequenos espectáculos com música ao vivo e teatros que as crianças adoram. O mais típico é aquele com duas personagens famosas: Karagöz e Hacivat.



O Ramadão


São duas personagens ficcionais do teatro turco de sombras. Hacivat representa a classe letrada, fala Turco otomano e usa linguagem poética e literária. Em oposição, o seu amigo Karagöz representa o público iletrado mas sincero. O tema central baseia-se na interacção de ambos.




Quando o Ramadão acontece nos meses de Inverno, quando as noites são mais longas, o intervalo entre as duas refeições (sahur e iftar) é de dez a 11 horas. Durante os meses de Verão, o tempo de jejum torna-se mais longo, sendo cerca de 17 a 18 horas em Junho e Julho. Este ano é de cerca de 14 horas.
Durante o Ramadão, a oração da noite (yatsı namazı) é seguida de uma namaz (oração) especial chamada teravih. É um tipo de culto ritual que só acontece nas noites do Ramadão. Os muçulmanos tentam ir a diferentes mesquitas para completarem a oração teravih.
O Ramadão é considerado sagrado, porque o Alcorão foi revelado ao profeta Maomé durante este mês. Para além de colocar os muçulmanos frente a frente com as realidades duras da vida, tais como o sofrimento provocado pela fome, sede e privações, o Ramadão é um período de treino anual que inculca disciplina e declaração de subserviência às leis de Deus, enumeradas no Alcorão. Contudo, é durante o Ramadão que mais excessos alimentares são cometidos.
Um muçulmano deverá praticar sadaka (caridade) e fitre (esmolas dadas no Ramadão) durante o Ramadão. O Alcorão também é recitado intensamente durante este período.
Os últimos dez dias do Ramadão são mais importantes, uma vez que os fiéis cumprem a Kadir Gecesi (a Noite do Poder), durante a qual a revelação do livro ao profeta foi completada. Por um lado, é considerado o clímax do Ramadão e os muçulmanos ficam toda a noite acordados a rezar ou a ouvir sermões do imame (líder religioso). O rigor do jejum termina com a celebração do Şeker Bayramı (Festival do Açúcar) ou Ramazan Bayramı (Festival do Ramadão) que é festejado durante três dias. Este ano acontece entre 23 e 25 de Outubro.

domingo, 15 de outubro de 2006

5.ª Semana de Cinema de Outono de Istambul (Filmekimi)

5.ª Semana de Cinema de Outono de Istambul (Filmekimi)

A 5ª Semana de Cinema de Outono (Filmekimi), organizada pela Fundação para a Cultura e Artes de Istambul (IKSV), realiza-se de 13 a 19 de Outubro. Os amantes de cinema terão a oportunidade de ver os melhores filmes que estiveram presentes nos festivais de cinema de Cannes, Berlim, Sundance e Veneza, alguns dos mais brilhantes filmes da temporada de realizadores mundialmente famosos, assim como as primeiras exibições de novos filmes. Vinte e nove filmes muito aguardados, podem ser vistos em Beyoğlu Emek. Os bilhetes estão à venda na bilheteira do cinema Emek.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Orhan Pamuk recebeu o Prémio Nobel da Literatura

Orhan Pamuk
O escritor Orhan Pamuk, autor de "O Meu Nome é Vermelho", "Neve" e de meia dúzia de outros romances, ganhou ontem o Prémio Nobel da Literatura "pelo conjunto do seu trabalho, que analisa o cruzamento das culturas muçulmanas e ocidentais."
A academia sueca disse que Pamuk, "na busca da alma melancólica da sua cidade natal [Istambul], descobriu novos símbolos para o confronto e entrelaçar de culturas."
O escritor de 54 anos, para além de ser o escritor turco mais conhecido no estrangeiro, é também um rebelde político, cujas opiniões sobre a história do seu país, alertaram a comunidade internacional para a questão da liberdade de expressão no seu país.


Orhan Pamuk
"No seu país natal, Pamuk tem reputação de comentador social, mesmo apesar de se considerar principalmente um escritor de ficção sem agenda política," referiu o júri do Nobel.
As aspirações antigas da Turquia de se tornar europeia, caracterizadas por confrontos entre o islamismo e o secularismo, e entre a tradição e a modernidade, e o impacto doloroso da ocidentalização agressiva depois do colapso do Império Otomano, permeiam a escrita de Pamuk.
Pamuk foi o primeiro autor no mundo islâmico a condenar publicamente a fatwa (sentença de morte) em 1989 contra Salman Rushdie, e esteve ao lado do seu colega turco Yaşar Kemal quando este foi a julgamento em 1995.


Orhan Pamuk
Ele próprio teve de enfrentar um processo judicial depois de ter declarado a um jornal suiço que 30 mil Curdos e um milhão de Arménios tinham sido mortos na Turquia. As queixas contra ele desencadearam protestos internacionais e foram retiradas.
Pamuk é o primeiro Turco a ganhar o prestigiante prémio, e existiam rumores de que era considerado o favorito.
Fumador compulsivo, a maior parte das vezes afastado dos olhares públicos, escreve durante muitas horas num apartamento de Istambul com vista para a ponte sobre o Bósforo que liga a Europa à Ásia.

Nasceu em 1952 numa família próspera e secular, decidido a tornar-se pintor durante a juventude. Estudou arquitectura na Universidade Técnica de Istambul, mas mais tarde voltou-se para a escrita, estudando jornalismo em Istambul.
Publicou o seu primeiro romance premiado "O Senhor Cevdet e os Seus Filhos" em 1982, uma crónica familiar onde descreve a transferência de uma família de um ambiente tradicional otomano para um estilo de vida mais ocidental.
O seu segundo romance, "A Casa do Silêncio" foi publicado na Turquia em 1983, mas foi o seu terceiro livro, "A Cidadela Branca", publicado dois anos mais tarde, que lhe deu fama internacional. Estruturado como um romance histórico desenvolvido na cidade de Istambul do século XVII, "o seu conteúdo é primordialmente uma história sobre como o nosso ego se constrói em histórias e ficções de diversos tipos. A personalidade é mostrada como uma construção variável", revelou a academia sueca.


Em 2000, com o romance "O Meu Nome é Vermelho" - uma história de amor, assassínio misterioso e discussão sobre o papel do individualismo na arte - Pamuk explora a relação entre o Oriente e Ocidente, descrevendo a diferente relação de um artista com o seu trabalho em cada cultura.
O seu último livro, "Neve" foi aclamado pela crítica. A história tem lugar em Kars, uma vila fronteiriça, outrora uma cidade na fronteira entre o Império Otomano e o Império Russo.



"O romance torna-se uma história de amor e de criatividade poética, como se inteligentemente descrevesse os conflitos políticos e religiosos que caracterizam a sociedade turca dos nossos dias," comentou ainda a academia.
Pamuk receberá o Prémio Nobel no valor de 1,37 milhões de dólares e também uma medalha de ouro e um diploma, das mãos do rei sueco Carl XVI Gustaf numa cerimónia formal em Estocolmo no dia 10 de Dezembro, o aniversário da morte de Alfred Nobel, o fundador dos prémios Nobel em 1896. No ano passado a honra coube ao dramaturgo britânico Harold Pinter.
O prémio da literatura foi o quinto de seis prémios Nobel a serem entregues este mês, com os prémios da Medicina, Física, Química e Economia a irem para os Estados Unidos. O Prémio Nobel da Paz foi atribuído hoje a Muhammad Yunus do Bangladesh.
Pamuk estava em Nova Iorque, onde dá aulas na Universidade de Columbia como professor visitante, quando o prémio foi anunciado.



Numa entrevista ao canal CNN-Türk no ano passado, Pamuk disse que as cerimónias de entrega de prémios e as feiras do livro fizeram com que não terminasse um romance que começou há três anos atrás. O livro chama-se "O Museu da Inocência", desenrola-se na alta sociedade de Istambul e é sobre a paixão de um homem por uma mulher. "Escrevemos o romance político, agora escrevemos a história de amor," disse. Revelou também que espera terminá-lo no final deste ano.



Pamuk: "Este Nobel é para toda a Turquia, os Turcos e a língua turca"

Numa conferência de imprensa ontem, em Nova Iorque, onde está actualmente como professor visitante na Universidade de Columbia, Orhan Pamuk disse aos jornalistas que o Prémio Nobel da Literatura não foi só atribuído a ele, mas a toda a Turquia, cultura turca e língua turca. Disse: "Hoje só gostaria de celebrar esta boa notícia. Não há nada mais que eu queira dizer ou comentar." Referiu ainda que tinha recebido de manhã a notícia através de um telefonema da Academia Sueca. "O presidente da Real Academia Sueca telefonou-me e perguntou-me se eu aceitaria o prémio. Eu disse que sim."
Pamuk disse aos jornalistas esperar que o prémio permita desenvolver o perfil da literatura turca no mundo, e acrescentou: "Eu penso que este prémio vai fazer com que o mundo reavalie a cultura turca como uma cultura de paz e como uma mistura de culturas de Oriente e Ocidente. Os meus livros são a prova de que de facto a Turquia faz parte tanto do Oriente como do Ocidente."
Pamuk não aceitou responder a nenhumas questões sobre o controverso Código Penal Turco, nem sobre as suas anteriores declarações sobre o "genocídio" arménio e sobre confrontos culturais.



Turquia exaltada e dividida sobre a atribuição do Nobel

Se por um lado houve uma grande exaltação na Turquia por um Turco ter recebido um Prémio Nobel pela primeira vez, por outro lado, a conquista de Orhan Pamuk foi manchada por declarações de que o prémio foi um resultado directo da controvérsia em seu redor.
Pamuk, que em 1998 rejeitou o louvor do Estado turco de "Artista do Estado", foi julgado em tribunal no início deste ano, por declarações controversas que desafiaram a versão oficial dos massacres de Arménios que a Turquia diz não se tratar de um genocídio.
O caso, no qual se arriscou a uma pena de até três anos de prisão, foi encerrado em Janeiro deste ano, depois de uma única audição, perturbada por protestantes de extrema-direita que atacaram e vaiaram o autor. O julgamento foi precedido de ameaças de morte, e um governador de província ordenou a destruição dos livros de Pamuk – um movimento que o Governo cancelou de imediato, receoso de que as suas credenciais democráticas fossem impugnadas aos olhos da União Europeia.


Orhan Pamuk
Alguns oponentes até alegaram que a intenção de Pamuk seria um movimento calculado para reforçar a sua fama internacional e trazer o Prémio Nobel para as suas mãos.
Foi ironicamente o presidente francês Jacques Chirac que se manifestou feliz por Pamuk ter recebido o prémio pela sua escrita “inteligente, forte e liberal", mesmo antes do seu homólogo turco, Ahmet Necdet Sezer, ter feito qualquer comentário sobre o assunto.
Na Turquia, o vice-secretário de Estado do Ministério da Cultura e Turismo, Mustafa İsen, comentou: “Estou muito feliz e congratulo-o" acrescentando, "só me interessa Pamuk como romancista. As suas outras acções não são do meu interesse. Eu penso que ele é um bom romancista e acredito que ele ganhou este prémio pelos seus romances."


Orhan Pamuk
Ahmet İnsel, um académico proeminente e editor na Iletişim, editora turca de Pamuk, disse que o autor mereceu inteiramente o prémio pelas suas qualidades literárias. "Nós estamos muito felizes. Pamuk é um representante importante do romance moderno no mundo". Acreditamos que ele merece inteiramente o prémio", disse İnsel ao canal de televisão turco NTV. Relativamente à controversia que rodeia o autor, İnsel disse, "se olharmos para a longa história da atribuição dos prémios Nobel da Literatura, constatamos que os autores que ganharam, fizeram declarações políticas importantes sobre o futuro dos seus países e sobre o mundo. Pamuk ganhou o prémio como romancista. Isso é uma honra para a Turquia e para a literatura turca," disse.
Metin Celal, presidente do sindicato de editores turcos, disse que o sucesso de Pamuk irá tornar a literatura turca mais popular. "Este é um dia histórico. Eu acredito que irá desempenhar um importante papel na promoção da Turquia e da literatura turca, porque os escritores de todo o mundo estão agora curiosos sobre a literatura que criou,” disse ao canal de televisão CNN-Türk.


Orhan Pamuk
Buket Uzuner, uma popular autora turca, concordou. "Estou orgulhosa por um dos meus conterrâneos ter ganho o prémio," disse. "É irónico que Pamuk tivesse recebido o prémio no mesmo dia da votação na Assembleia Nacional Francesa. Mas o centro da questão, claro, é que ele é um bom romancista," disse.
O líder do Partido Republicano do Povo (CHP) Deniz Baykal, disse que a Turquia devia de estar orgulhosa da conquista de Pamuk, pelo menos porque ele mostrou a presença da literatura turca no palco internacional, acrescentando que “esse é o ponto onde temos de nos concentrar hoje.”
Zülfü Livaneli, romancista, compositor, cantor, deputado e amigo de Pamuk, disse que o prémio irá colocar a literatura turca no mapa mundial. "São notícias muito boas, as de que a literatura turca recebeu um Prémio Nobel," disse. "Não deveríamos avaliar isso na actual atmosfera política, mas olhar numa perspectiva de longo prazo. Este acontecimento vai mostrar que existe uma coisa que se chama literatura turca," disse.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

4.º Rali da Turquia

4.º Rally da Turquia

O 4.º Rali da Turquia, inserido na 13.ª volta do Campeonato do Mundo de Ralis, realizar-se-á em Kemer, em Antália, entre 12 e 15 de Outubro.
O campeonato é organizado pela TOSFED (Federação Turca de Desportos Automóveis e Motorizados) e recebe equipas mundialmente famosas.
Este rali, muito popular entre as equipas de rali turcas e estrangeiras, atingiu um total de 80 inscrições.
Este ano, uma vez mais, o rali vai acolher o Campeonato do Mundo de Rali Júnior.

Encontra aqui mais informações.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Arif Mardin

Arif Mardin

Arif Mardin (1932-2006) está entre os mais importantes produtores musicais do século XX. Trabalhou com uma grande variedade de artistas de estilos diferentes, desde os "The Young Rascals" com o sucesso “Good Lovin”, "Wind Beneath My Wings" de Bette Midler, até trabalhos mais recentes com Barbra Streisand, Diana Ross, Patti Labelle e Jewel. Arif Mardin transcendeu géneros e contribuiu para muitos dos mais brilhantes trabalhos da música contemporânea. Arif Mardin nasceu em Istambul, na Turquia, no seio de uma conhecida família de estadistas, diplomatas e líderes na área cívica, militar e de negócios do Império Otomano e da República turca. O seu pai era sócio de uma empresa de exploração de petróleo e gás e a sua irmã, Betül Mardin, é hoje a "grande dama das relações públicas”. Cresceu a ouvir Bing Crosby e Glenn Miller. Conheceu o amigo da sua irmã, Cüneyt Sermet, baixista, crítico de jazz e seu mentor, e começou a ouvir e a interessar-se por jazz. Depois de se ter licenciado na Universidade de Marmara (Istambul) em comércio, estudou na Escola de Economia de Londres (London School of Economics). Foi influenciado pela música que a sua irmã ouvia, tornando-se um fanático de jazz auto-didacta, um perfeito orquestrador e arranjador, nunca tentando, no entanto, seguir uma carreira na área da música. Contudo, o seu destino mudou em 1956, quando conheceu os músicos de jazz americanos Dizzy Gillespie e Quincy Jones, num concerto em Istambul. Nessa altura, enviou três composições demo ao seu amigo Tahir Sur que trabalhava numa estação de rádio nos EUA. Sur levou essas composições a Quincy Jones, e Mardin tornou-se o primeiro a receber a Bolsa de Estudo Quincy Jones na Escola de Música Berklee (Berklee College of Music), em Boston. Em 1958, ele e a sua noiva Latife, mudaram-se de Istambul para Boston. Depois de se ter licenciado em 1961, ensinou em Berklee durante um ano e foi para Nova Iorque tentar a sua sorte. Mais tarde, tornou-se depositário da escola e foi galardoado com o doutoramento honorário. Mardin começou a sua carreira na Atlantic Records em 1963, como assistente do seu compatriota turco Nesuhi Ertegün, o irmão do co-fundador da companhia e um entusiasta do jazz, que conheceu no "Newport Jazz Festival". Evoluiu rapidamente na companhia, tornando-se director do estúdio, produtor da marca e arranjador. Em 1969, tornou-se vice-presidente e mais tarde vice-presidente sénior até 2001. Trabalhou em muitos projectos com o co-fundador Ahmet Ertegün e Jerry Wexler, duas lendas responsáveis pela fundação do "Atlantic Sound". Arif Mardin reformou-se da Atlantic Records em Maio de 2001, e reactivou a sua marca "Manhattan Records".

Arif Mardin 
Durante os ultimos 36 anos trabalhou com inúmeros artistas de sucesso, incluindo Howard Jones, Carly Simon, "The Young Rascals", Bette Midler, Barbra Streisand, Diana Ross, Patti Labelle, Average White Band, Anita Baker, the Bee Gees, Judy Collins, Phil Collins, Culture Club, Roberta Flack, Aretha Franklin, Hall & Oates, Donny Hathaway, Norah Jones, Chaka Khan, Melissa Manchester, "The Manhattan Transfer", "Modern Jazz Quartet", Willie Nelson, John Prine, Scritti Politti, Queen, Dusty Springfield, David Bowie, Jewel, Ringo Starr e muitos mais. Na sua carreira de mais de 40 anos, coleccionou mais de 40 álbuns de ouro e platina, mais de 15 nomeações para os Grammy e 12 prémios Grammy. Em 1990, Arif Mardin entrou para o Corredor da Fama da Academia Nacional das Artes e das Ciências da Gravação (National Academy of Recording Arts and Sciences - NARAS).


Arif Mardin
   
Em 1994, na comemoração do seu 30.º aniversário com a Atlantic Records, recebeu um tributo especial da revista Billboard. Em 3 de Dezembro de 1997, Arif recebeu o prémio "NARAS Heroes" das mãos de Ahmet Ertegün. Mardin morreu na sua casa em Nova Iorque a 25 de Junho deste ano, depois de uma batalha prolongada contra um cancro no pâncreas. Está sepultado em Istambul. O vice-presidente da Atlantic Records, Ahmet Ertegün, disse sobre Arif Mardin: "Num negócio muitas vezes conduzido pelas tendências e pela moda, Arif manteve-se um artista verdadeiro, um homem com um talento musical incrível. Ao contrário de muitos outros produtores, Arif não tem só um tipo de sonoridade nos seus discos. Pelo contrário, ele criou um ambiente único para cada artista, com uma excepcional qualidade e gosto. Como resultado, durante mais de três décadas, ajudou cantores e músicos de diferentes estilos a fazerem o melhor das suas carreiras."

domingo, 8 de outubro de 2006

Uma música e um pouco da alma turca

Exposições em Ancara

Galeria de Arte Sevgi

Exposição de cerâmicas de Zehra Çobanlı - até 20 de Outubro
Cinnah Cad. Mesnevi Sok. Nº 5/1, Çankaya

Centro de Arte Krişna
Exposição de pintura de Roberto Rubio Culebro - até 29 de Outubro
Kennedy Cad. Nº 29/3, Kavaklıdere

Galeria de Arte Gözde
Exposição de pintura de Uğur Çalışkan - até 30 de Outubro
Kuzgun Sokak Nº 74/A, Ayrancı

Beyaz Sanat
Pinturas de Gülay Yüksel e esculturas de Orhan Algök - até 31 de Outubro
Mesnevi Sokak Nº 38/C, Ayrancı

Galeria de Arte da Biblioteca da Universidade de Bilkent
Exposição de pintura de Marek Brzozowski - até 31 de Outubro

Galeria Nev
Exposição de litografias de Pierre Alechinsky - até 1 de Novembro
Gezegen Sok. Nº 5, G.O.P.