domingo, 10 de maio de 2020

As "Noites de Peste" de Orhan Pamuk




Desde sempre que as pessoas respondem às epidemias espalhando boatos e informações falsas e retratando a doença como algo estrangeiro trazido com intenções maliciosas. O escritor Orhan Pamuk, Nobel da Literatura em 2006, vislumbra o coronavírus olhando para o espelho retrovisor:

"Tenho estado a escrever, nos últimos quatro anos, um romance histórico situado em 1901, durante o que ficou conhecido como a terceira pandemia, um surto de peste bubónica que matou milhões de pessoas na Ásia, mas não muitas na Europa. Nos últimos dois meses, amigos e família, editores e jornalistas que sabem qual é o assunto desse romance, “Noites de Peste”, têm-me feito inúmeras perguntas sobre pandemias. Estão bastante curiosos sobre as semelhanças entre a atual pandemia de coronavírus e os surtos históricos de peste e cólera. Há imensas semelhanças. Em toda a história literária e humana, o que torna as pandemias semelhantes não é a mera semelhança de germes e vírus, mas o facto de as nossas primeiras reações serem sempre as mesmas."

(Fonte: Expresso)

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