Erasmus: Da Turquia para o Porto
Ayçin e Füsun vêm da Turquia e estudam matemática pura na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. A estudarem juntas há quatro anos na cidade de Bursa, as duas amigas escolheram Portugal entre os vários destinos possíveis para fazerem Erasmus e, até agora, não têm «nada de mal a dizer do Porto».
Estão felizes com a escolha, dizem que estão numa boa universidade de uma boa cidade com bom tempo e, principalmente, que os Portuenses «são muito simpáticos e amigáveis, como nós». A Ribeira é a zona de eleição de Ayçin e Füsun na cidade do Porto, «quando nos aborrecemos em casa vamos para lá», dizem.
Na chegada a Portugal a língua apresentou-se como um grande obstáculo e a primeira semana foi muito difícil. O Português é muito diferente do Turco, principalmente na pronúncia e nas distinções entre masculino e feminino. Mas depois do curso intensivo oferecido pela Universidade do Porto, onde conheceram outros estudantes Erasmus provenientes de vários países diferentes tudo se tornou mais fácil. Mesmo assim confessam: «alguns dos nossos amigos riem-se de nós quando falamos».
Na adaptação à cidade invicta sentem-se «sortudas» pela ajuda dos Buddies, alunos da Universidade destacados pela ESN-Porto (Erasmus Student Network) para acompanhar os alunos de Erasmus. Quando chegamos «foram buscar-nos ao aeroporto com três carros e mostraram-nos a cidade», diz Füsun. As duas contam que nas primeiras semanas os Buddies ajudaram-nas a encontrar casa e ainda lhes fizeram as compras do supermercado no dia em que se mudaram.
As duas amigas afirmam que não sentiram muito o choque cultural e explicam que a Turquia é um país grande «com muitas culturas diferentes» e que a zona onde vivem, no noroeste do país, é mais europeia, pelo que «há algumas semelhanças». No entanto, afirmam que os Portugueses são «muito relaxados».
Dentro das poucas diferenças, realçaram a grande curiosidade dos Portugueses quando veêm um acidente de automóvel. «Não percebemos porquê que toda a gente pára quando vê um acidente. São coisas que acontecem, sigam em frente», diz Ayçin.
A adaptação à faculdade não foi difícil, já que as cadeiras são bastante semelhantes. No entanto, sublinham que na Turquia há regras mais rígidas e mais respeito para com os professores. Füsun diz mesmo que ficaram «chocadas» da primeira vez que viram um colega a sair da sala a meio de uma aula sem pedir autorização.
Apesar das claras dificuldades com a língua, Ayçin e Füsun vão à maioria das aulas na Faculdade de Ciências, onde os professores as ajudam bastante. «Os professores vão-nos fazer os exames em Inglês e os trabalhos de casa também são em Inglês», afirmam.
A semana da Queima das Fitas foi muito divertida para as duas alunas Erasmus que até foram «ao cortejo com a cartola». Os amigos explicaram-lhes o significado das actividades académicas e perceberam tudo o que se passou.
As dificuldades de comunicação em Português são responsáveis pelas situações mais caricatas que aconteceram às duas estudantes turcas, principalmente porque, excepto os jovens, muito pouca gente fala Inglês. Ayçin conta que um dia precisavam de uma corda da roupa e decidiram ir à loja por baixo do prédio onde vivem, «como não víamos a corda em lado nenhum tentamos explicar ao senhor». Como o senhor não falava Inglês e elas não sabiam a palavra em Português, demoram muito tempo até que se conseguiram fazer entender e, quando finalmente conseguiram, o dono deu-lhes a corda de graça.
Noutra situação, estavam muito aborrecidas numa aula e decidiram ir embora. Ficaram muito admiradas porque logo que saíram toda a turma saiu atrás delas, até que alguém lhes explicou que «antes de sairmos o professor tinha dito que a aula estava terminada, mas nós não percebemos», contam.
Estão felizes com a escolha, dizem que estão numa boa universidade de uma boa cidade com bom tempo e, principalmente, que os Portuenses «são muito simpáticos e amigáveis, como nós». A Ribeira é a zona de eleição de Ayçin e Füsun na cidade do Porto, «quando nos aborrecemos em casa vamos para lá», dizem.
Na chegada a Portugal a língua apresentou-se como um grande obstáculo e a primeira semana foi muito difícil. O Português é muito diferente do Turco, principalmente na pronúncia e nas distinções entre masculino e feminino. Mas depois do curso intensivo oferecido pela Universidade do Porto, onde conheceram outros estudantes Erasmus provenientes de vários países diferentes tudo se tornou mais fácil. Mesmo assim confessam: «alguns dos nossos amigos riem-se de nós quando falamos».
Na adaptação à cidade invicta sentem-se «sortudas» pela ajuda dos Buddies, alunos da Universidade destacados pela ESN-Porto (Erasmus Student Network) para acompanhar os alunos de Erasmus. Quando chegamos «foram buscar-nos ao aeroporto com três carros e mostraram-nos a cidade», diz Füsun. As duas contam que nas primeiras semanas os Buddies ajudaram-nas a encontrar casa e ainda lhes fizeram as compras do supermercado no dia em que se mudaram.
As duas amigas afirmam que não sentiram muito o choque cultural e explicam que a Turquia é um país grande «com muitas culturas diferentes» e que a zona onde vivem, no noroeste do país, é mais europeia, pelo que «há algumas semelhanças». No entanto, afirmam que os Portugueses são «muito relaxados».
Dentro das poucas diferenças, realçaram a grande curiosidade dos Portugueses quando veêm um acidente de automóvel. «Não percebemos porquê que toda a gente pára quando vê um acidente. São coisas que acontecem, sigam em frente», diz Ayçin.
A adaptação à faculdade não foi difícil, já que as cadeiras são bastante semelhantes. No entanto, sublinham que na Turquia há regras mais rígidas e mais respeito para com os professores. Füsun diz mesmo que ficaram «chocadas» da primeira vez que viram um colega a sair da sala a meio de uma aula sem pedir autorização.
Apesar das claras dificuldades com a língua, Ayçin e Füsun vão à maioria das aulas na Faculdade de Ciências, onde os professores as ajudam bastante. «Os professores vão-nos fazer os exames em Inglês e os trabalhos de casa também são em Inglês», afirmam.
A semana da Queima das Fitas foi muito divertida para as duas alunas Erasmus que até foram «ao cortejo com a cartola». Os amigos explicaram-lhes o significado das actividades académicas e perceberam tudo o que se passou.
As dificuldades de comunicação em Português são responsáveis pelas situações mais caricatas que aconteceram às duas estudantes turcas, principalmente porque, excepto os jovens, muito pouca gente fala Inglês. Ayçin conta que um dia precisavam de uma corda da roupa e decidiram ir à loja por baixo do prédio onde vivem, «como não víamos a corda em lado nenhum tentamos explicar ao senhor». Como o senhor não falava Inglês e elas não sabiam a palavra em Português, demoram muito tempo até que se conseguiram fazer entender e, quando finalmente conseguiram, o dono deu-lhes a corda de graça.
Noutra situação, estavam muito aborrecidas numa aula e decidiram ir embora. Ficaram muito admiradas porque logo que saíram toda a turma saiu atrás delas, até que alguém lhes explicou que «antes de sairmos o professor tinha dito que a aula estava terminada, mas nós não percebemos», contam.
As duas amigas mostram-se bastante agradecidas pela hospitalidade das pessoas do Porto, que estão sempre prontas a ajudar. «No primeiro dia de faculdade não sabíamos mexer na máquina do café. O segurança ajudou-nos e explicou-nos como funcionava, sem lhe pedirmos nada», diz Ayçin. Noutra ocasião, «a Ayçin não tinha trocos para carregar o cartão das fotocópias e o segurança emprestou-lhe. Na Turquia isso não acontece», conta Füsun. As duas sublinham que «é bom ver estas coisas».
Apesar de toda a simpatia dos amigos portuenses, Ayçin e Füsun realçam algo estranho nos seus colegas da faculdade. «Toda a gente se interessa por nós e sabem quem nós somos. Falam sobre nós e ninguém fala connosco», conta Ayçin. A verdade é que as duas Turcas provocam alguma curiosidade e «muita gente acha que somos muito diferentes», especialmente pelo facto de serem muçulmanas.
«Tentamos mudar a ideia pré-concebida dos muçulmanos», dizem. Quando as pessoas lhes perguntam se na Turquia todas as mulheres têm de usar o lenço na cabeça explicam que «o lenço é uma escolha» de cada uma. «Cada um cumpre as regras da sua religião como quiser», realça Füsun. Em tom de brincadeira, Ayçin diz: «se calhar não somos boas muçulmanas, também bebemos álcool e supostamente não devíamos».
As viagens organizadas pela ESN-Porto e os amigos que as ajudaram são as melhores recordações que vão levar de Portugal. «Temos muita sorte com as actividades que organizam para nós, nunca nos aborrecemos», diz Füsun.
«Antes de vir tínhamos uma ideia pré-concebida da Europa, achávamos que as pessoas não eram simpáticas», confessa Ayçin, agora lamentam só ter vindo para o Porto no segundo semestre e não no início do ano. «Se tiver oportunidade de voltar, venho».
Apesar de toda a simpatia dos amigos portuenses, Ayçin e Füsun realçam algo estranho nos seus colegas da faculdade. «Toda a gente se interessa por nós e sabem quem nós somos. Falam sobre nós e ninguém fala connosco», conta Ayçin. A verdade é que as duas Turcas provocam alguma curiosidade e «muita gente acha que somos muito diferentes», especialmente pelo facto de serem muçulmanas.
«Tentamos mudar a ideia pré-concebida dos muçulmanos», dizem. Quando as pessoas lhes perguntam se na Turquia todas as mulheres têm de usar o lenço na cabeça explicam que «o lenço é uma escolha» de cada uma. «Cada um cumpre as regras da sua religião como quiser», realça Füsun. Em tom de brincadeira, Ayçin diz: «se calhar não somos boas muçulmanas, também bebemos álcool e supostamente não devíamos».
As viagens organizadas pela ESN-Porto e os amigos que as ajudaram são as melhores recordações que vão levar de Portugal. «Temos muita sorte com as actividades que organizam para nós, nunca nos aborrecemos», diz Füsun.
«Antes de vir tínhamos uma ideia pré-concebida da Europa, achávamos que as pessoas não eram simpáticas», confessa Ayçin, agora lamentam só ter vindo para o Porto no segundo semestre e não no início do ano. «Se tiver oportunidade de voltar, venho».
(Fonte: IOL Diário)
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