A 30.ª edição do Festival de Cinema de Istambul decorreu de 2 a 17 de Abril e deu especial destaque ao cinema da Turquia, do Médio Oriente, da Europa e da Ásia. Os cerca de 150 000 espectadores puderam ver 231 filmes de 256 realizadores e de 52 países, incluindo 54 obras turcas.
O filme "O Estranho caso de Angélica" de Manoel de Oliveira, e o filme "Mistérios de Lisboa" de Raúl Ruiz, também integraram o festival.
Estiveram presentes realizadores de renome como Bela Tarr, Claude Lanzmann e Leos Carax, assim como realizadores mais jovens como Ahmad Abdalla e Gerald Hustache-Mathieu. A actriz Miranda Richardson e o actor Luke Evans, também estiveram entre os convidados.
O prémio FACE atribuído ao cinema com enfoque nos direitos humanos, foi atribuído ao filme de Juanita Wilson “As If I’m Not There” que retrata a história de uma jovem bósnia durante a guerra.
O prémio FACE especial do júri foi para o filme "Press" do Turco Sedat Yılmaz , que relata a opressão a um grupo de jornalistas em Diyarbakır, cidade de maioria curda do sudeste da Turquia, por tentar mostrar violações de direitos humanos e crimes na região. “Press” foi também escolhido como melhor filme pelo júri internacional de críticos de cinema FIPRESCI, e também recebeu um prémio especial do júri na secção de competição nacional. O tema do filme é bastante actual, numa altura em que se encontram presos os jornalistas turcos Ahmet Şık e Nedim Şener.
O último filme de Tayfun Pirselimoğlu, “Saç” (Cabelo), recebeu o prémio de melhor filme e de melhor realizador na secção de competição nacional. Pirselimoğlu tem participado no festival nos últimos dez anos, mas foi a primeira vez que recebeu o prémio principal. Trata-se do último filme da "Trilogia da Consciência" que inclui os filmes “Rıza” e “Pus”. “Saç” aborda os últimos dias de Hamdi, um vendedor de perucas em Istambul. Nazan Keşal, recebeu o prémio de melhor actriz também por este filme.
O prémio de melhor actor foi para o veterano Ahmet Mekin pelo seu trabalho no filme "Görünmeyen" (Unseen) de Ali Özgentürk, uma biografia em torno do compositor húngaro Bela Bartok e a sua visita à Anatólia para gravar música tradicional turca. Bela Bartok é interpretado por Udo Kier.
O prémio de melhor argumento foi atribuído a Belma Baş pelo seu filme de estreia “Zephyr”, sobre a relação problemática entre uma criança de 13 anos e a sua mãe.
Na secção de competição internacional foi premiado o filme do realizador egípcio Ahmad Abdalla, “Microphone”, focado na colorida cena artística de Alexandria filmada com uma Canon 7D.
O grande prémio do júri foi partilhado pelo filme turco de Seyfi Teoman “Bizim Büyük Çaresizliğimiz” (O Nosso Grande Desespero) e pelo do realizador uruguaio Federico Veiroj, “A Useful Life”.