Mais de 50 artistas, oriundos da Turquia, Mali, Rajastão, Sérvia, Irão, Touva e Egipto, participam no 13º Festival Évora Clássica, certame que arranca hoje e vai fazer ecoar, em pleno Alentejo, a música do longínquo Oriente.
A iniciativa, que começa durante a tarde e se prolonga até sábado, é organizada pela Casa Cadaval e traz a Évora, cidade classificada Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), o "exotismo" do Oriente.
O programa desta 13ª edição é preenchido com um total de 13 concertos, repartidos por três locais emblemáticos da cidade: o Jardim do Paço, dentro do Palácio Cadaval, o Teatro Garcia de Resende e a Igreja dos Lóios.
A organização promete "cinco dias e noites mágicas" dedicadas às músicas do mundo, sobretudo aos sons orientais.
Um café egípcio, animado pelos Músicos do Nilo e com a dança circular Soufie Tanoura, que representa o universo e o sol, toma conta do Jardim do Paço, diariamente, entre as 16:00 e as 22:00.
Nestes dois primeiros dias do certame, às 18:30, o Palácio Cadaval é "invadido" pela magia do Kathputli, pequeno teatro de marionetas através do qual a casta dos Bhats é muito reconhecida no Rajastão, na Índia.
Já os cantos litúrgicos da Sérvia, interpretados por Divna Ljubojevic, sobem hoje à noite, às 21:30, ao palco do Garcia de Resende.
"Desde as mais antigas peças bizantinas, sérvias, búlgaras e russas, até peças contemporâneas, Divna empenha-se em recriar um estilo de interpretação que se extinguiu no século XIX, com a chegada dos cânticos russos às igrejas de Belgrado", realça a organização.
O festival apresenta também, na quarta e quinta-feira, na Igreja dos Lóios, dois espectáculos dedicados à tradição musical sufi, o primeiro com os
sopros sufis, da Turquia, e o segundo com o canto sufi, do Irão.
Uma Festa do Deserto do Rajastão, em que estarão em foco os cantos Manghaniyar, uma das castas de músicos mais espantosos daquela região indiana e do deserto de Thar, é a proposta para a noite de quarta-feira, no Jardim do Paço.
Na noite seguinte, no mesmo local, o público do Évora Clássica é convidado para uma Noite Egípcia, subordinada ao tema "Nómadas do Mar Vermelho no Canto Sufi do Nilo", em que actuarão Hussein Al Bechari e Sheikh Taha e o seu conjunto.
De Touva, junto à fronteira com a Mongólia, chegam à cidade alentejana, na sexta-feira, os cantos khoomeï, trazidos pelo grupo Ezir, criado especialmente para o festival.
Composto por quatro artistas solistas, o grupo interpreta diferentes estilos daquele canto gutural, que reflecte e faz ecoar os elementos naturais, desde o barulho dos animais, às nascentes e ribeiros, aos ventos das estepes, às rochas das montanhas ou ao sussurro da folhagem.
No dia seguinte, os Tinariwen, heróis da rebelião "touareg" do início dos anos 90 contra o poder do Mali, apresentam as suas músicas, em que cruzam os sons dos blues e do rock com letras de luta e de esperança.
A última jornada do certame, é preenchida pele café egípcio e por um último espectáculo dos Músicos do Nilo.
(Fonte: Agenda Alla Turca /
Diário Digital)