Semana de cinema turco em Lisboa
"Mayıs Sıkıntısı" de Nuri Bilge Ceylan (1999)
AGENDA ALLA TURCA
"Mayıs Sıkıntısı" de Nuri Bilge Ceylan (1999)
Foi uma agradável surpresa, ter sido surpreendida pelo som fabuloso da música "Ó gente da minha terra" cantada por Mariza, ao entrar hoje numa livraria nas imediações de Ancara.
Reconheci tratar-se do "Concerto em Lisboa", gravado em 2006, no qual Mariza cantou acompanhada pela Sinfonietta de Lisboa, conduzida por Jacques Morelenbaum.
Verifiquei depois que o que escutava não era simplesmente o CD, mas sim o DVD do concerto, que estava a ser exibido na íntegra. A empregada da livraria disse adorar Mariza e, que, desde que recebeu o DVD, o exibe quase diariamente.
Não é a primeira vez que sou surpreendida em locais públicos da Turquia, por vozes Lusitanas, Brasileiras e por Cesária Évora. Em plena Istiklal Caddesi, uma das ruas mais famosas e movimentadas de Istambul, ouvi subitamente uma das canções de Mariza, que se podia escutar num perímetro de alguns metros e vi depois um grande poster da cantora à entrada da loja de discos.
Pontualmente, em supermercados e em outro tipo de lojas, a música de fundo é Portuguesa, Brasileira ou Cesária Évora. Tenho a certeza que sucede o mesmo com os Madredeus, até porque têm vários cd's à venda na Turquia e o concerto que deram em Istambul, em 2005, foi um grande sucesso.
"Anatomia de um Vencedor", Patrick Barclay (Başarının Anatomisi)
José Mourinho é uma das associações mais frequentes a Portugal, juntamente com Luís Figo e Cristiano Ronaldo. No entanto, também são frequentes as associações a Madredeus, Mariza, Eusébio, Mário Soares, Salazar, José Saramago, Vasco da Gama, Fernão de Magalhães, Bartolomeu Dias...
Nuri Bilge Ceylan, sobre estar à frente e atrás das câmaras: "Se eu desejei tornar-me actor, não foi por o filme contar a história da minha própria vida, até porque, em nenhum momento é autobiográfico. É só porque quis tentar este exercício. Por vezes, existem coisas que sentimos que não conseguimos explicar aos outros actores... Eu já tinha desejado actuar em Uzak, mas na altura não tive a coragem suficiente. Desta vez, o facto de filmamos em formato digital HD permitiu-me ultrapassar um obstáculo: pode-se filmar mais, controlar mais com o monitor. Nas filmagens, eu às vezes tendia a exageros de actuação, porque não havia quem me dirigisse, mas filmamos muito, tinhamos material suficiente para retirar algum proveito disso."
Nuri Bilge Ceylan, sobre a temática do filme: "Este filme reflecte o meu ponto de vista sobre o relacionamento entre homens e mulheres. Não se reporta somente à sociedade Turca. Eu tenho tendência a focar os pequenos detalhes, porque eles muitas vezes têm grandes consequências. Por exemplo, quando um casal discute, muitas vezes violentamente como no filme, tentamos encontrar precisamente o que esteve na origem do conflito. Mas, muitas vezes, é algo que não podemos adivinhar, é um detalhe sem importância."
Pode ver aqui o trailer do filme.
Nuri Bilge Ceylan também é fotógrafo. Pode ver aqui os seus trabalhos.
29 Set - 06 Out 2007
Entre o período de 15 de Setembro a 4 de Novembro de 2007 decorre a 10ª edição da Bienal de Istambul, comissariada por Hou Hanru. Como habitualmente, vários locais da cidade acolhem os vários projectos dos artistas participantes (lista a anunciar brevemente). Este é um evento que envolve vários espaços e instituições da mítica cidade, ponto de encontro de várias culturas, religiões, entre o mundo ocidental e o mundo oriental. Uma verdadeira zona de contacto visível nos vários monumentos que podemos visitar.
Assim, esta viagem tem como objectivo principal experimentar as propostas da Bienal, servindo igualmente para penetrar e questionar convivências, história e temáticas da actualidade através das várias coexistências patrimoniais, artísticas, ideológicas, civilizacionais. A visita à Basílica de Santa Sofia, à Mesquita Azul, aos Palácios Otomanos, aos mercados, a arquitecturas contemporâneas, a bairros de arte e um passeio de barco serão alguns dos passeios para além da Bienal.
Apesar das ameaças dos ultranacionalistas, o escritor Orhan Pamuk, Nobel da Literatura em 2006, regressou a Istambul - cidade onde nasceu e que transformaria em grande protagonista da sua obra literária. E voltou para escrever o seu próximo romance. O escritor deixara a sua cidade sob escolta policial no dia 1 de Fevereiro, após o assassínio, por parte dos ultranacionalistas Turcos, do jornalista de origem Arménia Hrant Dink, ocorrido no passado dia 19 de Janeiro. A retirada do vencedor do Nobel, dias depois, foi justificada pelo facto do homem que a polícia suspeitava ter assassinado Dink - jornalista de quem o escritor era amigo - estar a planear um crime contra Pamuk. Sem fazer quaisquer declarações públicas, e num clima de discrição, Orhan Pamuk voltou à sua casa em Istambul, deixando assim os EUA, onde se instalara entretanto, alegadamente para dar aulas na Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, com a qual tem um acordo. Segundo a sua editora, a Iletisim, Pamuk pretende ficar na Turquia pelo menos até Setembro, altura em que deverá dar por concluído o seu novo romance - Masumiyet Muzesi (que em português significa Museu da Inocência) - com edição prevista para o final deste ano. Há dois meses, quando abandonou o país, Orhan Pamuk foi acusado de "cobardia", nomeadamente pelo director do diário Akşam, ao não admitir que a sua saída não se devia a um simples convite para dar aulas numa universidade Norte-Americana. No mesmo sentido, outro diário, o Sabah, assegurava que o escritor levantara uma larga soma de dinheiro da sua conta pessoal, decidido "a não regressar por muito tempo". O que um e outro jornal sugeriam é que a saída de Pamuk se devia a ameaças pelo facto de ser um dos nomes mais odiados por parte dos ultranacionalistas Turcos. Os mesmos que o haviam acusado de traição à pátria quando o escritor afirmou, numa entrevista a um jornal Suíço, em 2005, que a Turquia fora responsável pelo genocídio do povo Arménio durante a I Guerra Mundial. Pamuk teve de ir a tribunal, mas o julgamento seria anulado. Agora, dois meses depois de sair, Pamuk regressa e tenta que esse regresso fique no silêncio.
(Fonte: DN)
José Saramago tem vários livros traduzidos na Turquia, sendo o autor que ocupa mais espaço na prateleira de autores portugueses. Todos eles foram publicados na Turquia após 1998, ano em que foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.
"Manual de Pintura e Caligrafia" (Ressamin Elkitabı)
"Objecto Quase" (Kısırdöngü)
"Levantado do Chão" (Umut Tarlaları)
"Memorial do Convento" (Baltasar ve Blimunda)
"O Ano da Morte de Ricardo Reis" (Ricardo Reis'in Öldügü Yil)
"História do Cerco de Lisboa" (Lizbon Kuşatmasının Tarihi)
"O Evangelho Segundo Jesus Cristo" (İncil'deki İkinci İsa / İsa'ya Göre İncil)
"Ensaio sobre a Cegueira" (Körlük)
"O Conto da Ilha Desconhecida" (Bilinmeyen Adanin Öyküsü) / Yitik Adanın Öyküsü)
"Todos os Nomes" (Bütün İsimler)
"A Caverna" (Mağara)
Em Portugal, são três as obras de Orhan Pamuk traduzidas para Português.
"A Cidadela Branca" (Beyaz Kale)
"Os Jardins da Memória" (Kara Kitap)
"A Vida Nova" (Yeni Hayat)
Está prevista para este ano a publicação da tradução portuguesa do livro "Neve" (Kar), também de Orhan Pamuk.
Também se encontra à venda, em Portugal, a tradução espanhola, francesa e inglesa destes e de outros livros do autor que ainda não foram traduzidos para Português. É o caso de "Neve" (Kar), "Istambul, Memórias e Cidade" (İstanbul, Hatıralar ve Şehir'') e "O Meu Nome é Vermelho" (Benim Adım Kırmızı).
Sábado, 28 de Abril às 20:30 - Sala de Espectáculos MEB Şura
Devinimler - Yaşama Sevinci - Espectáculo de Dança
Dois filmes de realizadores Portugueses, fazem parte do programa do 26º Festival Internacional de Cinema de Istambul.
Belle Toujours, de Manoel de Oliveira, está incluído na secção do festival Desafiando os Anos.
Juventude em Marcha, de Pedro Costa, aparece integrado na secção Zona Minada.